INTRODUÇÃO: Por décadas, a assistência de enfermagem ao paciente com distúrbio mental teve caráter punitivo, repressivo e vigilante. Entretanto, com a Reforma Psiquiátrica, o acolhimento dos portadores de transtorno psíquico ganhou enfoque muito mais humanizado, participativo e descentralizado. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) têm se mostrado muito promissores, pois prezam pelo acompanhamento clínico, reinserção social, e fortalecimento da relação do cliente/família com o serviço. A adoção de oficinas terapêuticas para o cuidado em saúde mental reflete um espaço para promover inserção, interação e socialização. Nessa perspectiva, a oficina “Mente sã, corpo são” buscou trabalhar o indivíduo de forma holística, sem separar corpo e mente, acarretando benefícios físicos e psicológicos. OBJETIVO: Conscientizar os usuários de um Centro de Atenção Psicossocial do interior de Sergipe sobre a importância da higiene e saúde corporal. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, baseado na ABNT, sobre a utilização da oficina “Mente sã, corpo são” como recurso terapêutico na assistência de enfermagem psiquiátrica. O estudo foi realizado com 14 usuários do CAPS, em 31 de maio de 2010 por acadêmicas de enfermagem da Universidade Federal de Sergipe durante aula prática da disciplina Enfermagem Psiquiátrica. A prática consistiu, de início, em as discentes emitirem nomes de alimentos para que o grupo os classificasse em saudável, ou não, e tecesse comentários a respeito. Em seguida, cada participante escolheu um dos produtos de higiene corporal/bucal dispostos previamente sobre uma mesa e explicou sua função. RESULTADOS: A dinâmica foi bem aceita, já que os usuários interagiram espontaneamente, sem manifestarem indícios de inquietação. A partir dos comentários pertinentes e enriquecedores, notou-se que muitos conheciam os princípios básicos de uma boa higiene e alimentação. A oficina teve resultado imediato, quando um dos participantes manifestou desejo de tomar banho e escovar os dentes. Para concluir, as acadêmicas introduziram a canção educativa “Ratinho tomando banho”, momento de forte descontração. CONCLUSÃO: Esta experiência reafirmou que a enfermagem tem a possibilidade de aprimorar a assistência ao portador de transtorno mental por meio de terapias alternativas, que trazem benefícios comprovados.