O câncer do colo do útero (cervical) demora a desenvolver-se. No Brasil, este é a segunda causa de mortalidade bruta entre as neoplasias malignas para a população feminina, tendo em torno de 4506 mortes relacionadas a ele, em 2005, das quais poderiam ser evitadas se diagnosticadas precocemente. O fato é que o mesmo é um problema de saúde pública, por se destacar nas taxas de morbimortalidade, principalmente entre mulheres de baixo nível sócio-econômico. O câncer pode ser desencadeado por alterações celulares, facilmente descobertas, através do exame Papanicolau (ou preventivo), fundamental na detecção precoce do câncer do colo do útero, de baixo custo, devendo ter sua realização periódica, possibilitando uma maior chance de cura. A principal alteração desencadeadora é a infecção pelo papilomavírus humano, o HPV, subtipos de alto risco, relacionados a tumores malignos. No Brasil, não se sabe o número de mulheres examinadas, mas sim o número de exames realizados. Estudos mostram que os fatores desfavoráveis a realização deste, é a longa espera para realizá-lo, a falta de disponibilidade das usuárias, devido à carga horária trabalhista, além de amostras insatisfatórias, estas relacionadas principalmente por falhas durante a coleta ou conservação das amostras, acarretando na necessidade de repetição do exame. Em 2005, todos os estados brasileiros apresentaram percentuais abaixo de 5%, o que é preconizado pela OPAS. Este estudo objetivou avaliar a incidência e a taxa de mortalidade do câncer do colo do útero, em mulheres com 50 anos ou mais. O rastreamento dos casos deste câncer, além da idade se restringiu a residência no município de Parnamirim-RN e ao ano de 2009, baseado em indicadores do Ministério da Saúde, avaliou-se a incidência de óbitos de mulheres com este diagnóstico. No município, a população feminina, nessa faixa etária, corresponde a 11.544. Em 2009, realizaram-se 16.002 exames Papanicolau, destes 2.472 (15,44%) foram de mulheres com 50 anos ou mais. Dentre estes, 545 tiveram alterações de lesão de alto grau correspondendo a 3,4% do total. Em que, 1 teve Adenocarcinoma invasor e 4 lesão intraepitelial com microinvasão, o que representa 0,92% dos casos alterados. Foram registrados 4 óbitos de mulheres com diagnóstico de Neoplasia Maligna, das quais 3 (75%) foram acima dos 50. Concluiu-se que apesar garantia de acesso para realização deste exame e do seu baixo custo, pode-se considerar essa taxa elevada. câncer de colo de útero.