Introdução: A atenção obstétrica e neonatal deve ter como características essenciais a qualidade e a humanização da assistência. Para tanto, o Ministério da Saúde, desde o ano 2000, instituiu o Programa de Humanização do Pré- Natal e Nascimento, o qual estabelece atendimento digno e de qualidade, em todos os níveis de assistência, à grávida e à sua família. Em se tratando da gravidez de alto-risco, tal situação requer maior precaução devido à complexidade fisiológica e emocional de quem se encontra envolvido nesse processo, sobretudo a mulher o seu companheiro. Diante disso, a pesquisa teve o objetivo de identificar a percepção do homem acerca da assistência prestada à sua companheira com síndrome hipertensiva. Metodologia: Estudo exploratório-descritivo com abordagem qualitativa, desenvolvido em duas maternidades de referência para gravidez de alto risco em Natal/RN. Participaram da investigação quinze homens cujas companheiras com síndromes hipertensivas estavam internadas há mais de 48 horas de pós-parto. A coleta de dados ocorreu no período de maio de 2009 à janeiro de 2010 após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com parecer favorável nº 81/2007; autorização dos diretores das referidas unidades hospitalares e consentimento formal, livre e esclarecido dos entrevistados. As informações foram colhidas através de entrevista semi-estruturada e os depoimentos foram tratados e analisados com base no referencial metodológico da Teoria das Representações Sociais e a Teoria de Núcleo Central. Resultados: Os entrevistados revelaram ter peregrinado por várias instituições de saúde em busca de assistência para a companheira, perceberam carência na organização das unidades de saúde, falha no sistema de referência e contrarreferência, como também falta de acolhimento por parte dos profissionais de saúde e gestores para com os usuários. Diante dessa realidade os depoentes ficaram predispostos a sentimentos de insegurança, preocupação e desamparo, retratando o despreparo dos serviços de saúde no acolhimento ao casal grávido no contexto da gravidez de alto-risco. Conclusão: O estudo evidencia necessidade de uma assistência voltada ao universo masculino, como também a efetivação das políticas públicas de atenção a saúde da mulher que integrem o homem e o reconheçam como partícipe do cuidado de sua companheira no processo gestacional e do nascimento de seu filho.