As políticas públicas de saúde no Brasil ocorreram em consonância com o contexto histórico-sócio-político-econômico do país, constituindo-se de diretrizes elaboradas e adotadas pelo Estado para dar suporte às necessidades sociais vigentes. Tais fatos são importantes para a prática de Enfermagem considerando que atua nos determinantes sociais que podem potencializar ou minimizar os riscos à saúde. Objetiva-se relatar discussões acerca do processo de construção das políticas de saúde no Brasil, a fim de compreender as articulações entre os processos econômicos, políticos e sociais e a influencia destes nas práticas de saúde no país. Trata-se de um relato de experiência realizado a partir das aulas da disciplina Enfermagem em Saúde Coletiva, ministrada no 4° período da Faculdade de Enfermagem (FAEN) da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Foi organizado em quatro momentos: 1) leitura de textos norteada pelos descritores: Políticas Públicas de Saúde, Programas de Saúde, Modelos de Assistência a Saúde, Sistema Único de Saúde; 2) Discussão dos resultados através de aula expositiva; 3) A visualização da influencia deste processo nas práticas de saúde 4) (Re)construção de concepções no processo de formação na FAEN/UERN. As primeiras ações de saúde estavam direcionadas aos interesses da burguesia; os problemas de saúde tornam-se centro da atenção quando se configuram como epidemias; a arrecadação dos contribuintes à saúde eram desviadas, ocasionando o sucateamento da saúde; a conquista dos direitos da saúde tem sido resultado de reivindicações, evidenciado pela Reforma Sanitária; A formação acadêmica e a assistência à saúde é determinada pelas ideologias das políticas públicas; Visualiza-se resquícios de modelos anteriores na sociedade contemporânea. Podemos inferir que há influência histórica do processo político-econômico do país nas ações de saúde, que culminou na construção do SUS buscando democratizar os direitos à saúde e a participação ativa da população. Evidenciam-se entraves que dificultam a concretização do SUS, como o princípio da universalização excludente e seu sucateamento. Percebe-se que o Modelo Flexneriano ainda reflete significativamente na saúde, materializando-se na supervalorização do saber médico e das tecnologias duras. Esta discussão possibilita uma formação acadêmica crítica, permitindo o conhecimento sobre a construção histórica das Políticas de Saúde no Brasil e suas conseqüências na formação do ensino da Enfermagem.