Entendemos que a insatisfação advinda da falta de crença nas possibilidades de mudança do contexto laboral que originam dificuldades para a realização profissional resulta no sofrimento psíquico do profissional que, atualmente se insere no contexto da saúde mental. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva e representacional objetivando apreender como o profissional enfermeiro representa o próprio sofrimento psíquico decorrente do trabalho no ambiente hospitalar. Auxiliado pelos objetivos específicos de identificar fatores geradores deste sofrimento e identificar estratégias de defesa e enfrentamento desse mesmo profissional no ambiente citado. Devido à complexidade da temática envolvida, desenvolvemos um método híbrido que engloba como instrumentos de coleta de informações um questionário estruturado para caracterização do participante e um roteiro de entrevista semi-estruturada aplicada em dois momentos. No primeiro momento fizemos, oralmente, questões norteadoras para entendimento sobre a representação do sofrimento psíquico pelo enfermeiro. No segundo momento utilizamos um método projetivo baseado no Desenho-Estória (D-E) com tema onde o participante da pesquisa realizou um desenho livre que representasse seu sofrimento, a seguir contou uma estória sobre o desenho e, por fim, criou um tema para a mesma. Então, solicitamos alguns esclarecimentos necessários à compreensão e à interpretação com o propósito de obtenção de novas associações. A escolha pela técnica do D-E como instrumento da coleta de dados em pesquisa justifica-se por ser um método que fornece, de forma clara, uma síntese dos aspectos fundamentais do funcionamento mental dos sujeitos e por isso muito utilizado em pesquisas em diversas áreas, particularmente na saúde. Enquanto o examinando desenvolvia seu desenho, registramos as anotações julgadas pertinentes para a compreensão do objeto de estudo, tais como: seu comportamento, expressões corporais, gestos, desabafos, solicitações de esclarecimentos, dentre outras. Essas anotações funcionaram como um diário de campo, amplamente usado em algumas pesquisas como uma maneira de complementar o material recolhido no local em estudo, referente aos aspectos objetivos e subjetivos. Como resultado da coleta de dados através desse instrumento percebemos a riqueza de informações, a interação entre os pesquisadores e o participante de forma descontraída e lúdica,a boa aceitação do mesmo em participar da pesquisa e o alcance dos objetivos traçados.