INTRODUÇÃO: As queimaduras são traumas térmicos que ocasionam lesões teciduais acompanhadas de dor, o que é algo pungente nesse tipo de acidente deixando, na maioria das vezes, sequelas irreversíveis às vítimas de queimaduras. As crianças são as maiores vítimas desse tipo de trauma, devido o desejo natural de exploração do ambiente doméstico, deixando-as susceptíveis a ocorrência de acidentes. Os estudos epidemiológicos sobre queimaduras em crianças fornecem informações vitais para o desenvolvimento de estratégias objetivando a redução da sua freqüência e existe a necessidade de estudos para identificar os fatores envolvidos na sua ocorrência. OBJETIVO: Caracterizar pacientes pediátricos internados em um Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) de um hospital de urgência e emergência de Fortaleza, no ano de 2008. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo quantitativo, retrospectivo de caráter descritivo exploratório, com análise dos pacientes pediátricos internados no CTQ no ano de 2008. Os dados foram coletados a partir do Livro de Censo Diário de Admissões do CTQ A pesquisa foi realizada após aprovação do comitê de ética do hospital em apreço com o seguinte número de protocolo 37649/09, obedecendo as exigências do Conselho Nacional de Saúde no que diz respeito a execução de pesquisa em seres humanos nomeados pela resolução 196/96 do Ministério da Saúde. RESULTADOS: No ano de 2008, foram internadas 176 crianças no CTQ, sendo o maior número de internações nos meses de janeiro, julho e dezembro com 11,2%, 10,3% e 11,2%, respectivamente. Desse total, 106 (60,6%) eram do sexo masculino e 70 (39,4%) eram do sexo feminino. Dentre todos os pacientes pediátricos, a faixa etária entre 0 e 3 anos foi a mais prevalente com 96 (54,6%). O líquido quente foi o agente causador mais prevalente, atingindo principalmente as crianças menores de 3 anos com 47,0% CONCLUSÃO: Diante de todo o panorama epidemiológico das queimaduras podemos dizer que as crianças continuam sendo as principais vítimas. Concluímos que, infelizmente, as estratégias de prevenção implementadas ainda não foram capazes de produzir o impacto esperado no dramático quadro epidemiológico das queimaduras em crianças.