Introdução: Sendo a segunda causa de morte oncológica no mundo e por vezes a principal no Estado do Pará, as neoplasias gástricas ocupam posição destacada na cancerologia paraense. Por mais que os índices sejam bastante elevados em comparação a outros locais, decresceram nas duas décadas passadas, por possíveis razões como a baixa na prevalência de fumantes no estado e maior orientação para a população acerca de hábitos alimentares e de vida. Objetivo: Este estudo analisou a epidemiologia do câncer gástrico no Estado do Pará no período de 5 recentes anos, a fim de gerar dados mais atualizados sobre esta doença de prognóstico geralmente ruim.Metodologia: Foram utilizados os dados de mortalidade (mortes por internação) e óbitos de cinco anos completos (2004-2008), por local de residência dos pacientes. Tais dados são provenientes do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde. Foram calculadas taxas, agrupadas para o conjunto da população e comparadas com dados da literatura. Resultados: A taxa de mortes por internação foi 20,41%, tendo sido semelhante em todos os anos, taxa esta que se mostra maior que a media nacional. Quanto aos óbitos, o número total foi de 360, com decréscimo mais perceptível nos dois últimos anos (2007 e 2008). Registrou-se 70,27% dos casos na Grande Belém (GB), sendo que o percentual menor do interior, que conta com mais da metade da população do estado, pode indicar dificuldade diagnostica e carência de cobertura hospitalar fora da GB, com possíveis prejuízos para os usuários, visto as grandes dimensões do Pará. As faixas etárias que se salientaram, dentre os grupos, foram as de 40-59 (36,39%) e 60-79 (42,50%) anos. O sexo masculino foi prevalente na razão de 1,68, mostrando a tendência ao equilíbrio, que não se via ate uma década atrás. Conclusão: O câncer gástrico é uma causa freqüente de óbitos, cuja taxa de mortalidade, no Pará, exibe discreta redução nos últimos anos. Há ainda a hipótese de que estes números sejam maiores, visto que onde está a maior parte da população do estado, os interiores, a quantidade de registros de casos é menor, ou ainda que os hábitos de vida dessa população sejam menos propensos ao desenvolvimento de câncer gástrico.