Introdução: O sucesso de uma reanimação cardiopulmonar está diretamente relacionado à rapidez com que a parada cardiorrespiratória (PCR) é identificada e atendida. O adequado atendimento emergencial prestado por socorristas ou nas unidades de saúde garante maior sobrevida dos pacientes. Para tanto é necessário não somente profissionais capacitados sobre reanimação cardiopulmonar, mas também recursos materiais, encontrados nos locais para onde a população se dirige quando em situações de urgência. Objetivos: Caracterizar a realidade das Unidades de Urgência do município de Goiânia/GO, no que se refere à presença de carros de emergência ou de espaços destinados ao atendimento de uma PCR, bem como conteúdo, rotinas de conferência e reposição de materiais e medicamentos essenciais. Metodologia: Trata-se de estudo descritivo exploratório, realizado nas 17 Unidades de Urgência do município de Goiânia/GO. Para obtenção dos dados foram entrevistados enfermeiros de plantão nos dias da coleta de dados, por meio de entrevistas estruturadas com questionário para identificar a rotina de conferência e reposição de materiais do carro de emergência. Seguiram-se as normas da ABNT. Resultados: Todas as unidades investigadas possuíam sala destinada ao atendimento de PCR, mas também eram usadas para outros procedimentos; os carros de emergência estavam presentes em 64,7% das unidades, mas não se moviam até a vítima. A conferência dos carros de emergência era realizada em todos os plantões por 94,1% das unidades, bem como 88,2% das unidades testavam os equipamentos e aparelhos; o registro da conferência era feito por 82,3% das unidades em formulário específico; os itens faltosos eram repostos pelo enfermeiro em 41,2% das unidades. Muitos dos carros de emergência serviam como depósito de materiais não destinados ao atendimento da PCR. Em três unidades não havia adrenalina, amiodarona, sulfato de magnésio e gluconato de cálcio; em duas outras não foi encontrada atropina. Faltava materiais essenciais como frasco a vácuo, micropore, agulha de punção intra-óssea, equipo para hemoderivados, cânula endotraqueal e de traqueostomia. Conclusões: Apesar da maioria das unidades terem carros de emergência e rotina de conferência de materiais e medicamentos, a ausência de medicamentos e materiais essenciais constitui séria ameaça a preservação da vida humana. Os resultados desse estudo podem servir de alerta para a real situação nas unidades de urgência no município.