A geografia define o território segundo focos diferentes: político, cultural, econômico e naturalista. Percebe-se, no entanto a necessidade de ampliar essa visão para melhor entender a dimensão da vida cotidiana, abordando outros aspectos. No campo da saúde pública, o estudo do território vem se tornando fundamental, para a compreensão da realidade de uma população e do planejamento de ações de saúde, por parte dos profissionais de referência. Nesse sentido, a Cartografia de um território, em saúde, pode se tornar uma importante ferramenta de investigação, quando proporciona um olhar ampliado acerca de fatos, atores e cenários importantes para a compreensão do processo saúde doença de uma população. Nessa perspectiva, o presente estudo tem como objetivo relatar a enriquecedora experiência da elaboração da cartografia no estudo do território como uma realidade da graduação de enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Paraíba. Como instrumento metodológico, o Núcleo Gestor do Curso de Graduação em Enfermagem da FCM, utilizou em 2010 com os estudantes do primeiro período, no Módulo de Atenção em Saúde I, a Cartografia no estudo de um território, do Distrito IV, do município de João Pessoa - PB, para o diagnóstico e planejamento das atividades de campo. A elaboração da cartografia revelou que foi possível visualizar de forma ampliada, o processo de vigilância e atenção à saúde, pelo mapeamento das áreas de riscos e dos serviços de saúde, observando além das condições orgânicas, as questões sócio-econômicas, culturais, históricas, ambientais e sanitárias. A partir deste estudo foi possível ainda conhecer os principais determinantes das condições de saúde-doença e compreender como ocorre o processo de trabalho do serviço. Dessa forma tornou-se possível delimitar melhor as situações problema e facilitar as ações de resolutividade por parte dos profissionais de saúde, do poder público e da população local. Cumpre assinalar que as pesquisadoras para elaboração deste estudo seguiram as recomendações preconizadas pela Norma 6028/2003 da ABNT. Com base nesses resultados, evidencia-se que o trabalho de campo a partir da construção da cartografia torna-se, em termos pedagógicos, um cenário privilegiado de manifestações e interações, entre estudantes, profissionais de saúde e a comunidade, compartilhando a criação de novos conhecimentos e desse modo justificando a necessidade de ampliar as investigações nesta área do saber.