O envelhecimento é uma etapa do ciclo da vida, que pode ser acompanhada por modificações biológicas, fisiológicas, cognitivas, patológicas e socioeconômicas. Devido o fenômeno crescente de envelhecimento populacional no mundo, aspectos interligados a bioética estão sendo abordados com mais freqüência. A vulnerabilidade do idoso torna os aspectos éticos e legais importantes questões na prestação de cuidados ao mesmo. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo realizar uma reflexão à luz da bioética, enfatizando o respeito à autonomia do idoso na prestação de cuidados pelos profissionais de enfermagem. Para tanto, a metodologia adotada foi de caráter descritivo, fundamentada em revisão bibliográfica e em meio eletrônico utilizando os descritores: idoso, bioética, e enfermagem. Após a revisão da literatura, foi possível constatar que a sociedade moderna atribui mitos e estereótipos depreciativos ao processo de envelhecimento, qualificando o idoso como um ser “doente”, “frágil”, “indefeso” e “dependente”. Nos serviços de saúde, a “infantilização do idoso” é uma prática que desvaloriza as experiências e conhecimentos adquiridos ao longo da vida, pois ao associá-los as crianças, implicitamente é restringida a sua capacidade de julgar e escolher o que é melhor para si. Outro exemplo de desrespeito é a discriminação devido à idade (ageísmo) que tem o potencial de minar a autoconfiança dos idosos, limitar seu acesso aos cuidados e distorcer a compreensão dos cuidadores sobre as características únicas de cada indivíduo. Os profissionais de enfermagem, embora susceptíveis a estas falsas idéias, têm a responsabilidade de substituí-las por informações corretas. Tendo em vista que o respeito à autonomia consiste no compromisso de incluir os clientes nas decisões sobre todos os aspectos do cuidado, a Enfermagem tem o papel de estimular e avaliar o grau de capacidade para a autonomia do idoso, e resgatar junto à sociedade, princípios e valores que favoreçam o bem estar do indivíduo que envelhece. Diante do exposto, entende-se que é fundamental reconhecer que o simples fato de ser idoso não impede o individuo em participar das tomadas de decisões e exercer plenamente sua vontade pessoal, baseado em seus valores, crenças e preferências.