A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é considerada um dos maiores problemas de saúde da atualidade. É uma epidemia que assola o mundo, causando impacto irrefutável, devido ao seu caráter pandêmico e à complexidade de fatores que envolvem o indivíduo acometido. Muitos estudos revelam a dificuldade dos pacientes com AIDS em conseguir atendimento quando revelam seu estado de soropositividade ao profissional ou quando apresenta sinais clínicos da doença. As questões trazidas pela AIDS impõem novas obrigações e desafios éticos ao conjunto da sociedade e, especialmente, aos profissionais de saúde. Este trabalho teve como objetivo realizar uma revisão na literatura em relação ao tratamento ao paciente soropositivo à luz da bioética. A metodologia utilizada consistiu na revisão de literatura e análise dos principais artigos publicados sobre a temática abordada disponíveis na internet. Para esta revisão foi utilizada a leitura sistemática tendo como os descritores: bioética, HIV e assistência. De 1980 a junho de 2007, foram notificados no Brasil 474.273 casos de AIDS. Pela Constituição da República Federativa do Brasil, os portadores do HIV, assim como todo e qualquer cidadão brasileiro, têm obrigações e direitos garantidos, tais como dignidade humana e acesso à saúde pública e, por isso, estão amparados pela lei. Logo, a exclusão ou qualquer forma de discriminação consiste no descumprimento da lei. Os profissionais de saúde têm o dever ético de administrar cuidados adequados a esses pacientes, auxiliando-os no enfrentamento da doença, porém atitudes de descaso ou discriminação revelam o desrespeito aos direitos do usuário previstos legalmente. A bioética constitui um espaço multidisciplinar na área da saúde e, prontamente o exercício da enfermagem deve ter como base esse referencial de reflexão ética para nortear as suas práticas. É necessário que os enfermeiros e os demais profissionais de saúde extrapolem os limites do modelo biomédico, onde as ações do profissional possam abranger os aspectos bio-psico-sócio-culturais dos indivíduos acometidos por essa morbidade, sem, contudo, deixar de valorizar o contexto determinante do processo saúde-doença. O paciente soropositivo deve ser beneficiado não somente com ações terapêuticas adequadas, mas com uma assistência humanizada e digna durante o período de seu tratamento junto ao serviço de saúde.