Nos países em desenvolvimento as Infecções Respiratórias Agudas (IRAs) não são apenas as mais prevalentes como também muito mais graves, contribuindo com a principal causa de óbito no setor pediátrico. Dentre as IRAs, a pneumonia merece destaque por ser a sua forma mais séria, originando-se de uma infecção no parênquima pulmonar, causada por uma variedade de microorganismos que se instalam em um paciente cuja resistência foi alterada. Objetivou-se com esse estudo implementar o processo de enfermagem a uma criança com quadro clínico de pneumonia recorrente relacionado ao contexto sócio-econômico e cultural da família. Trata-se de um relato de experiência, realizado durante os meses de maio e junho de 2009, nos estágios curriculares da disciplina Processo de Enfermagem no Cuidar I, do curso de graduação da Universidade Regional do Cariri-URCA. O instrumento utilizado foi a anamnese, exame físico e dados complementares da criança seguindo os Padrões de Wanda Horta, após assinatura do termo de consentimento pelo responsável, considerando a Resolução n° 196/96, do Ministério da Saúde, que aborda as pesquisas envolvendo seres humanos. O histórico de enfermagem refere uma criança de 3 anos de idade, sexo masculino, natural de Iguatu-Ceará, residente em um ambiente de precárias condições, com recorrentes internações devido a quadros de Pneumonia. Destacaram-se os diagnósticos de enfermagem: Troca gasosa prejudicada devido à infecção pulmonar; Risco de déficit no volume de líquidos relacionado ao processo infeccioso; Déficit de conhecimento relativo às medidas preventivas, por parte da cuidadora. Entre as prescrições ressaltam-se: Promover o decúbito adequado da criança para proporcionar repouso e melhora da respiração; Monitorar o estado da criança para evitar complicações graves; Incentivar a mãe quanto a ingesta de líquidos para fluidificação das vias aéreas; Orientar a família sobre os fatores de risco que podem ter contribuído e as estratégias de promoção da recuperação e prevenção de recidivas. Após seis dias de internação hospitalar, a criança evoluiu apresentando melhora da função respiratória. Recebeu assistência continuada através de visita domiciliar para cuidados de enfermagem. A infância é um período que requer uma atenção integral, portanto é essencial a atuação do enfermeiro junto à família na assistência continuada, ampliando suas dimensões do cuidar, reavaliando suas condutas e tornando-as mais flexíveis.