INTRODUÇÃO: tratando do ciclo gravídico-puerperal, poucos são os trabalhos que apresentam considerações sob a perspectiva masculina durante essas fases da vida. Na década de 90, estudiosos reconhecem o direito e a necessidade da inclusão dos homens nos processos e relações advindas com a reprodução e a sexualidade. Levantam-se muitos questionamentos ligados à descoberta da sua vivência no exercício da paternidade, objetivando descobrir formas eqüitativas quanto à participação destes frente às mulheres e ao seu tradicional papel de provedor. OBJETIVO: analisar as ações desenvolvidas pelo homem durante o puerpério de sua companheira. METODOLOGIA: trata-se de um recorte de dissertação intitulada “vivencias do homem durante o período puerperal de sua companheira”, do tipo exploratória-descritiva, qualitativa, desenvolvida com 15 pais durante o período puerperal de suas companheiras. A coleta de dados aconteceu de janeiro a abril/2006, em Natal/RN. Utilizou-se a entrevista semi-estruturada, sendo os dados tratados através da técnica de análise de conteúdo e analisados a luz dos princípios do Interacionismo Simbólico. RESULTADOS: os participantes são jovens, secundaristas, mantém o convívio estável com suas companheiras, ganham entre dois e três salários mínimos e tem um filho. Os resultados apresentam uma temática central - ações de cuidado em ambiente doméstico - e duas categorias - cuidando da companheira e da criança; provendo o sustento da família. Assim, esses homens, no seu processo de interação, ainda associa a figura paterna ao provimento financeiro, pois revivem esse momento permeado por concepções de gênero e arraigados à ideologias que perduram até os dias atuais. Esta representação não é mais unânime, pois vem cedendo lugar para atitudes de cuidado e envolvimento familiar. Eles relacionam o puerpério ao cuidado, desenvolvendo uma atitude positiva no que se refere ao cuidar da mulher, da criança e ao sustento da família, embora, no seu cotidiano, deparam-se com a mediação da esposa, sogra e/ou demais integrantes do núcleo familiar. CONCLUSÃO: os depoentes interagem e participam do puerpério oferecendo conselhos que remetem à prevenção, como o estímulo à deambulação; desenvolvem atitudes de dedicação e preocupação com a saúde do filho; consideram que a licença-paternidade não atende a suas necessidades; reconhecem que a companheira e o recém-nascido requerem mais dedicação e que desempenham papel de provedor no intuito de garantir o sustento familiar.