INTRODUÇÃO - A população canina é um problema de saúde pública em todo o mundo, tanto pelo risco de transmissão de zoonoses como pelo risco de agressão por mordidas. Estima-se que no mundo existam cerca de 600 milhões de cães, tendo o Brasil aproximadamente 30 milhões desses animais. Conhecer a população canina é essencial para os programas de controle de doenças, porém a dificuldade de realizar censos faz com que essa população animal seja estimada para efeito das campanhas de saúde pública. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que, em países emergentes, a proporção média cão/homem varie de 1:10 a 1:6, ou seja, cerca de 10,0 a 6% da população humana. OBJETIVO - Conhecer a proporção homem/cão em um bairro considerado pelo Ministério da Saúde como de transmissão intensa de leishmaniose visceral humana no município de Teresina, Piauí, bem como situá-lo em relação à proporção homem/cão proposta pela OMS. METODOLOGIA – Foram utilizados dados coletados pelos agentes de endemias da Gerência de Controle de Zoonoses da Fundação Municipal de Saúde de Teresina, no período de fevereiro a junho de 2009, no bairro Pedra Mole, situado na zona leste do município. Segundo a Secretaria de Planejamento da Prefeitura, o bairro tem aproximadamente 9.748 habitantes e 2.227 domicílios permanentes. Durante as visitas domiciliares, além da coleta de sangue para diagnóstico de leishmaniose visceral canina, foram preenchidas fichas na qual consta a população canina de cada domicílio. RESULTADOS – O bairro possui oito localidades, totalizando uma população canina de 1.567 animais, com uma proporção cão/homem de 1:6,2, ou 16,2% da população humana. Valores semelhantes foram encontrados por Soto et al (2006), no município de Ibiúna, Estado de São Paulo na capital paulista, Dias et al (2003) encontrou uma proporção de 1:5,14. Segundo o Instituto Oswaldo Cruz, este é um parâmetro variável de município para município, atingindo valores de até 1:1. Também pode haver variação numa mesma cidade, de uma região para outra ou de um bairro para outro. CONCLUSÕES – De acordo com os dados coletados podemos inferir que a proporção encontrada supera a estimativa da OMS para países como o Brasil, revelando a necessidade de um controle populacional de cães por parte do poder público, objetivando minimizar os riscos de transmissão de doenças à população humana e animal.