A anemia falciforme é uma anemia hemolítica grave que resulta da herança do gene da hemoglobina falciforme. Resulta em graves transtornos circulatórios e promove a destruição das hemácias. Na gravidez essa patologia implica risco de graves complicações para a mãe e filho, principalmente no terceiro trimestre e no pós-parto. A circulação placentária exige grande extração de oxigênio, criando um ambiente propício ao afoiçamento, à estase e ao infarto. O objetivo deste relato é analisar e identificar as complicações maternas apresentadas na gestação e montar um protocolo para a assistência de enfermagem. Trata-se de um estudo descritivo de análise situacional, que resultou da inquietação ao acompanhamos um caso durante o rodízio na enfermaria de alto-risco na Especialização de Residência em Enfermagem Obstétrica no Hospital da Mulher Mãe Luzia, Estado do Amapá. Discutimos um caso de primípara de 31 anos, com idade gestacional de 29 semanas e 6 dias, gestação gemelar com quadro clínico de anemia falciforme, icterícia acentuada e evoluindo com alterações de pressão arterial. Ao exame físico apresentava-se hipocorada, pele e mucosas ictéricas, dispnéia, com altura uterina de 30 cm, dinâmica uterina ausente, presença de batimentos cardíacos fetais e movimentos fetais, colo impérvio, ausência de sangramento vaginal, membros inferiores edemaciados. Após 14 dias de internação acentuou-se a dispnéia e icterícia sendo necessária a interrupção da gestação por parto cesariano. O acompanhamento desta cliente nos fez refletir sobre a importância do profissional de enfermagem conhecer a patologia e suas complicações na gravidez, para que se possa relacionar a teoria com a prática estabelecendo cuidados de enfermagem direcionados as necessidades apresentadas pela gestante portadora da anemia falciforme.