A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa que na sua forma pulmonar, é transmitida de pessoa a pessoa por um bacilo álcool-ácido resistente, o Mycobacterium tuberculosis. No século XIX, era vista como doença romântica, considerada um estímulo à criatividade dos artistas. Os portadores de tuberculose pulmonar sofrem com a aquisição desta doença, não só pelas manifestações clínicas, mas também pela possibilidade de vivenciar preconceitos. Atualmente, o estigma é um dos principais fatores para o maior problema apontado no tratamento da doença, a não adesão. Desde os primórdios da civilização humana, a doença, o processo como ela se desenvolve, suas causas e conseqüências, conquistam o pensamento do homem no intuito de controlá-las ou evitá-las e na atualidade, identifica-se o predomínio da abordagem multicausal, com ênfase nos condicionantes individuais. Objetivando compreender o processo saúde-doença e analisar a mudança ocorrida na maneira de vê-lo durante o século XIX até o momento atual, no contexto da tuberculose pulmonar, o trabalho consiste em um estudo descritivo, tendo como objeto de estudo a obra literária A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho. A obra retrata a relação vivida entre Armand Duval, jovem burguês estudante de direito, e Marguerite Gauthier, a mais desejada cortesã de Paris. Marguerite, protagonista de uma vida dissoluta, cheia de excessos e vaidades contraiu tuberculose e morreu. Conhecida como “o mal do século XIX” a tuberculose definitivamente não é uma doença do passado, perdeu seu romantismo, deixou de ser cantada em versos por literatos tísicos, mas, continua fazendo milhões de vítimas por todo o mundo. O Brasil é o 15º colocado no ranking e segundo as projeções da Organização Mundial de Saúde, até 2020 haverá cerca de 1 bilhão de novos infectados. Entre os infectados, a probabilidade de adoecer aumenta na presença de imunodepressão, assim, a epidemia de HIV-Aids levou ao crescimento dos casos de Tuberculose em muitos países. A doença é temida ainda por ser expressão de algo que é socialmente digno de censura, bem como por representar o estágio último de miséria humana. Portanto, é necessário esclarecer a população, quanto aos aspectos importantes da doença, sua transmissão, prevenção e tratamento. Uma vez que o desconhecimento leva a discriminação.