O parto é um fenômeno fisiológico, vivenciado pela maioria das mulheres, constituindo-se para a maioria uma situação de desconhecimento, medo, sofrimento físico e emocional, e submissão ao poder médico e institucional. Por tais aspectos, este estudo buscou investigar os determinantes da escolha do tipo de parto em nulíparas na zona urbana da cidade de Aurora-Ce, utilizando-se uma pesquisa de campo, de caráter exploratório descritivo com abordagem quantitativa, com gestantes nulíparas acompanhadas no pré-natal e cadastradas no SIS-PRENATAL. A coleta de dados foi realizada por um roteiro de entrevista semi-estruturada que atendia aos objetivos propostos pela pesquisa. Foi apresentada as participantes um Termo Livre e Esclarecido para obter o seu consentimento, seguindo os preceitos da resolução n° 000/196/96 que trata das pesquisas em seres humanos. A amostra foi constituída de 37 gestantes, que atenderam aos critérios de inclusão e exclusão. Os resultados do estudo apontaram um perfil de mulheres com idade entre 17 e 26 anos, casadas, desempregadas e com segundo grau completo. A maioria das gestantes, 75,67%, tem preferência pelo parto normal, justificada por sua recuperação mais rápida e 24,32% preferem a cesárea por medo da dor do parto normal. Este por sua vez, é apontado como o mais conhecido pelas mulheres, 75,66%, e que sua escolha, por 70,27% deu-se por vontade própria, em função dos benefícios que o mesmo apresenta. Durante o pré-natal 64,86% receberam informação por parte dos profissionais, mas que não influenciaram na sua escolha. Os dados do estudo apontam para uma contradição em relação à preferência das mulheres pela via do parto e os altos índices de cesariana no Brasil, com isso conclui-se que há uma necessidade de intensificar e melhorar a comunicação entre profissionais de saúde e gestante, com ênfase nas dúvidas, dificuldades e anseio em relação à escolha pela via do parto.