INTRODUÇÃO: A paralisia cerebral (PC) é considerada uma condição crônica, levando à limitações funcionais em longo prazo, que afetarão a qualidade de vida da criança e de sua família. Ter uma criança com PC torna-se um desafio para os pais, uma vez que acaba sobrecarregando o cuidador que, na maioria dos casos, trata-se da mãe. A equipe de saúde precisa encontrar estratégias para ajudar a família a atender às demandas da criança, atentar ao desgaste do papel do cuidador que acarretará conseqüências negativas ao processo saúde-doença do cuidador e, consequentemente, da criança. OBJETIVOS: Relatar resultado de avaliação da cuidadora de criança com paralisia cerebral realizada durante vivência de estágio curricular na área de enfermagem pediátrica. METODOLOGIA: O estágio ocorreu no período de 25 de maio a 01 de junho de 2010, na enfermaria pediátrica de um hospital universitário situado no município de Santa Cruz/RN. Foi aplicado o processo de enfermagem no cuidado a uma criança com dez anos e sua mãe/cuidadora, sendo relatado neste trabalho o resultado da avaliação da cuidadora. RESULTADOS: A saúde psicológica e física dos cuidadores de crianças com PC pode ser fortemente influenciada pelo comportamento da criança e pela demanda de cuidado, algo verificado no caso estudado, uma vez que a criança apresentava avançada atrofia muscular. Da avaliação foi possível verificar que a genitora, única cuidadora, sentia-se totalmente consumida pelas responsabilidades, embora bem disposta e com a auto-estima preservada, reconhecia que seu papel social havia mudado, agora era vista e sentia-se desempenhando apenas o papel de mãe de criança com PC. Mais que colaboração no cuidado com o escolar, os discentes e docente dedicaram-se ao apoio emocional à mãe e orientação para a preservação da sua qualidade de vida e da criança. CONCLUSÃO: A experiência curricular permitiu entrar em contato com a dura realidade de vida de uma criança com PC e sua mãe/cuidadora, situação que é narrada na literatura, mas que só pode ser realmente apreendida na vivência. Identificou-se que a genitora sofre uma grande sobrecarga física e emocional, necessitando de suporte para enfrentar o cotidiano. Depreende-se a necessidade do cuidador receber estímulo para manter sua identidade social, além de preservar sua auto-estima. O aprendizado construído com a experiência perseguiu o objetivo do cuidado integral, centrado não no fazer profissional, mas na necessidade de atenção à criança e a sua família.