A possibilidade de associação da hipertensão arterial (HA) e diabetes mellitus (DM) é da ordem de 50%, o que requer, na maioria dos casos, o manejo das duas patologias num mesmo paciente. De acordo com o Relatório de Indicadores do Ministério da Saúde (MS), no período de 2006 a 2009, foram registrados no Brasil um total de 132.459 pessoas portadoras do DM tipo 1 e 2, e 2.195.496 de hipertensos. Diante desse quadro, em 2002, foi criado pelo governo o Programa Nacional de Controle da Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus (HIPERDIA), esse sistema permite, além do cadastro, o acompanhamento e a garantia do recebimento dos medicamentos prescritos, ao mesmo tempo em que, em médio prazo, poderá ser definido o perfil epidemiológico da população, e o consequente desencadeamento de estratégias de saúde pública que levarão à modificação do quadro atual, a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas e a redução do custo social. Ciente da relevância dessa problemática no contexto da saúde, torna-se necessário conhecer os principais benefícios trazidos com a implantação do HIPERDIA, além de identificar as dificuldades encontradas para a implementação deste. Foi realizada uma revisão integrativa, no período de 5 de abril a 31 de maio de 2010 na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), através dos descritores Hipertensão e Diabetes Melittus. Após a análise dos dados encontrados na pesquisa, vimos que o HIPERDIA nasceu com o objetivo de operacionalizar as atividades relativas ao controle e permitir a otimização do compartilhamento de dados, corroborando para uma investigação do perfil epidemiológico da população. No entanto, resultados de estudos mostram que a implementação desse programa esbarra em algumas dificuldades como a falta de recursos humanos e materiais, além da deficiência de conhecimento necessário para a utilização deste sistema de informação. Por isso que no período de 2001 a 2003, o MS implementou também o Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus no país, objetivando reduzir a morbimortalidade associada à estas doenças. Apesar da importância do programa HIPERDIA, esse ainda não é implantado de forma eficaz por não existir real incentivo do governo, por essa razão seria importante que o sistema de saúde contribuísse para eliminar os obstáculos que dificultam o sucesso do mesmo, assim como possibilitar a capacitação dos profissionais para haver uma melhor atuação.