Caracterizado por um processo descontrolado de multiplicação de células anormais, o câncer no Brasil já representa a segunda causa de mortalidade proporcional entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, sendo a primeira causa de morte por doença, após 1 ano de idade, até o final da adolescência. Tendo em vista este perfil, é evidente a necessidade de ações específicas da rede de saúde para mudança desse panorama e garantia de assistência qualificada para os portadores. O presente estudo visa identificar as repercussões bio-psico-sociais do câncer na vida de crianças e adolescentes, apontando ações de enfermagem para enfretamento eficaz da doença pela faixa etária estudada. Trata-se de um estudo baseado em revisão bibliográfica através de periódicos da língua portuguesa da Biblioteca da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), campus de Vitória de Santo Antão; e da busca eletrônica no banco de dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), do Portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e da Biblioteca Científica Eletrônica Virtual (SCIELO), dos artigos selecionados atenderam aos critérios de inclusão 48 trabalhos. A análise apontou que crianças e adolescentes com câncer vivenciam situações de sofrimento físico e emocional durante o processo de hospitalização, ocasião em que se separam de seu meio social, de seus objetos pessoais, suas roupas e seus amigos para habitarem um local que se lhes apresenta hostil, estranho e agressivo. Nesse período submetem-se a procedimentos diagnósticos e terapêuticos que, embora evoluídos, consistem em medidas, dolorosas e invasivas, que impõe muitas limitações e, principalmente, alterações para sua auto-imagem. A quimioterapia e a radioterapia trazem muitos efeitos colaterais dentre eles alopécia, náuseas, vômitos, alterações psicológicas, problemas auditivos, visuais e de aprendizagem. Cabe a enfermagem que trabalha diretamente com esta clientela assisti-la de forma integral, considerando não apenas o estado biológico, mas os aspectos psicológicos e sociais que envolvem a mesma. Diante do exposto, é de responsabilidade dos enfermeiros, realizarem a educação em saúde com pais e filhos, adotando medidas de enfrentamento, minimizando assim o estresse decorrente da própria doença e do processo de hospitalização.