As aulas realizadas no campo prático visam fortalecer a relação teoria e prática, constituindo-se um instrumento valioso de conhecimento e integração do aluno com a realidade social, oportunizando o aprendente a vivenciar in loco os contextos de aprendizagem onde possivelmente, o mesmo deverá desempenhar um papel transformador. Nessa perspectiva, impõe-se a responsabilidade dos profissionais e acadêmicos de enfermagem em seguir os princípios éticos e padrões de cuidados integrais. Este estudo relata a experiência de docentes da disciplina Semiologia e Semiotécnica I de Enfermagem em aulas práticas realizadas no Hospital Universitário Alcides Carneiro, no Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande, Campus Campina Grande, durante o mês de maio de 2010. As aulas práticas iniciavam com o reconhecimento da estrutura física e funcional do HUAC. O grupo se reunia para pontuar o que seria realizado, e no término do dia outra reunião acontecia para esclarecimentos, discussão e avaliação dos pontos considerados críticos ou não. Neste contexto, identificamos que as discussões, na maioria das vezes eram permeadas por questões éticas experienciados pelos discentes, como por exemplo, realizar ou não determinados procedimentos enquanto o paciente dormia. Vale destacar um profundo sentimento de constrangimento, conflito, inquietação e até mesmo de revolta por parte dos discentes ao observar outros profissionais realizando procedimentos sem o cuidado de consultar ou mesmo, solicitar a permissão dos pacientes. Assim, era discutida a necessidade que a enfermagem tem de rever a sua prática, que ainda é fortemente influenciada pelo modelo cartesiano e pelo modelo biologicista. Ao término das práticas, observamos que a experiência do contato com alguns dilemas éticos, nos trouxe muita inquietação, dúvidas e questionamentos. Compreendemos que é necessário levar em conta o código de ética profissional, os valores, e a sensibilidade para a humanização da assistência. Percebemos que a ética não fácil de ser vivenciada na prática, visto que muitos valores estão envolvidos nesse contexto, tais como valores culturais, sociais e religiosos. Acreditamos que existem situações em que agir de forma ética não significa necessariamente seguir códigos ou modelos, mas desenvolver a sensibilidade para superar dilemas, através de reflexões críticas e questionadoras, especialmente na prática.