O Programa de Saúde da Família – PSF foi apresentado em 1994 pelo Ministério da Saúde, como estratégia de transformação do modelo de atenção à saúde existente no país, a partir da reorganização da atenção básica. Pelo seu caráter inovador, quando propõe novas formas de organização do cuidado em saúde, o PSF traz também novas possibilidades de relação dos profissionais com o trabalho. Este estudo tem como objetivo refletir sobre os determinantes e condicionantes de prazer e sofrimento vivenciados pelos trabalhadores no processo de trabalho do PSF. Utilizou-se uma metodologia descritiva reflexiva, embasada em literatura pertinente sobre o assunto, com o intuito de contribuir para uma reflexão sobre o significado do trabalho para estes profissionais. Por se tratar de um estudo bibliográfico, de acordo com as referências citadas, pode-se evidenciar algumas fontes de prazer e sofrimento experimentados no âmbito laboral. Entre os fatores que condicionam ao sofrimento destaca-se: o tempo de exposição ao trabalho; a baixa remuneração; as precárias condições físicas do ambiente de trabalho; os conflitos vivenciados nas relações trabalhistas sejam com os colegas, com os usuários ou com a gestão, e a dificuldade de enfrentamento das questões sociais existentes na área de atuação desses trabalhadores. As relações de prazer relacionam-se principalmente, com a elaboração de um conteúdo significativo do trabalho extremamente positivo e a criação de vínculo com a população acompanhada pela Unidade Básica de Saúde da Família. Os trabalhadores percebem-se úteis ao encontrarem no trabalho a oportunidade de vivenciar relações favoráveis com os colegas e com os usuários. O trabalho também é visto como dinâmico e desafiador, o qual permite o exercício da autonomia e criatividade, o que contribui para o crescimento pessoal e profissional dos trabalhadores supracitados.