INTRODUÇÃO: o desmame precoce é, sem dúvida, um grande desafio para as políticas públicas do Brasil, representando um forte impactante nas taxas de morbi-mortalidade infantil. Desde a década de 70, o aleitamento materno desperta o interesse de investigadores, culminando em centenas de pesquisas que abordam as mais diversas faces dessa prática. Entretanto, observa-se que o aprofundamento científico não necessariamente favorece, por parte dos profissionais de saúde, o apropriamento dos motivos que levam as mães ao desmame precoce. OBJETIVO: identificar, através de análise crítica da literatura, os motivos que levam as mães ao desmame precoce. METODOLOGIA: percorreu-se as seis etapas da revisão integrativa da literatura com propósito de obter o entendimento de um determinado fenômeno (os motivos que levam as mães ao desmame precoce) baseando-se em estudos anteriores. Desse modo, percorreu-se as bases de dados BDENF, LILACS, SCIELO e MEDLINE, com refinamento nas buscas dos trabalhos publicados entre 2000 e 2010. Foram selecionados artigos científicos, livros, manuais do Ministério da Saúde e da Organização Mundial de Saúde (OMS). RESULTADOS: a OMS considera o desmame precoce aquele realizado antes do seis meses de vida da criança. Esse, por sua vez, não é determinado apenas pela condição biológica, mas sobretudo histórica, social, cultural, sendo psicologicamente delineado. Mesmo com a atuação de ações intersetoriais na busca do aleitamento materno exclusivo (AME), ainda é forte a presença do desmame no mundo inteiro. O culto a beleza, o estilo de vida e o novo papel feminino na sociedade superam o desconhecimento das vantagens da lactação por parte das mulheres brasileiras. Vias de fato, a prevalência do desmame precoce é uma realidade em muitas partes do mundo, o que preocupa todo um contexto social na complexa busca de aprimoramento do AME. CONCLUSÃO: a revisão integrativa da literatura favorece um refinamento e apropriação do saber a partir de um fenômeno que repercute diretamente na prática do enfermeiro. Desse modo, pode-se afirmar com esse estudo que o conhecimento científico acerca da realidade do desmame precoce passa, necessariamente, pelas concepções maternas sobre a importância desse ato para sua vida e de seu filho. Desse modo, torna-se imperativo que a enfermagem esteja atenta a esses aspectos e elabore seus cuidados pautados em evidências científicas, desmistificando crenças e mitos, contribuindo assim para o desenvolvimento da profissão.