O presente estudo tem como objetivo identificar a cobertura vacinal por BCG nos contatos intra-domiciliares de portadores de hanseníase. Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, utilizando os dados contidos nas fichas do SINAN e nas fichas individuais dos portadores de hanseníase cadastrados nos hospitais do Monte Castelo, Parque Piauí e Promorar, totalizando uma amostra de 245 contatos intra-domiciliares. O estudo demonstrou que 54.29% dos contatos são do sexo feminino; 60.57% estão na faixa etária ≥ 15 anos. Em relação à aplicação da vacina BCG, 50.2% e 50.6% dos contatos não possuíam informação do registro da primeira e segunda dose respectivamente, aumentando a vulnerabilidade para a patologia. Na avaliação dermatoneurológica, 50.6% não possuíam registro da avaliação; 31% realizaram a avaliação e 18% não realizaram avaliação dermatoneurológica. Os dados demonstram uma possível falha dos profissionais de saúde, com relação a registro de informações nos prontuários sobre a aplicação da vacina e avaliação dermatoneurológica. Na classificação operacional do caso índice dos contatos, 51.4% foram classificados como Paucibacilar. Estes resultados nos permite refletir se os contatos ao serem encaminhados à sala de vacina, podem não estarem comparecendo ao serviço, provavelmente esta ausência se dê pela falta de conhecimento da importância da vacina. Portanto, observa-se a necessidade de intensificar a busca ativa dos contatos, melhorar o registro dos dados e o controle da aplicação da segunda dose de BCG, por meio da descentralização das ações de saúde, colocando as equipes das unidades básicas como principal porta de entrada do serviço, para a melhoria da qualidade da assistência e controle da endemia nos contatos intra-domicilares.