Em meio às atividades comerciais mais antigas da humanidade encontra-se a prostituição. Esta configura-se como prática sexual recompensada por bens materiais. Constituem um grupo excluído socialmente, o que as torna mais vulneráveis a diversos agravos, entre eles, a violência. Dessa forma, objetivou-se nesse estudo refletir sobre os riscos e as vulnerabilidades relacionados à prostituição. Estudo reflexivo, realizado no período de março a junho de 2010. O embasamento teórico adveio de pesquisa bibliográfica nas bases de dados SciELO, LILACS e BDENF, com os descritores violência contra a mulher, saúde da mulher, prostituição e enfermagem, apreciando publicações dos últimos cinco anos. Os resultados mostraram que é comum a ocorrência da violência na prostituição, pois, em atividade, não podem escolher seus clientes, os quais poderão impor, sobre as mesmas, poderes para agredi-las. Isso reflete a questão de gênero intrínseca em uma sociedade historicamente patriarcal. Além disso, desde tempos remotos, a prostituta é tida como a responsável pela disseminação de DST/Aids, o que aumenta o estigma e a discriminação. Percebe-se a adoção da concepção de vulnerabilidade em detrimento aos chamados “grupos de risco”, não só às DST/Aids, mas à violência e aos transtornos psicológicos. Estudos mostram que em prostitutas usuárias de álcool e com história prévia de DST há grande prevalência de sintomas depressivos. As causas atribuídas são: multiplicidade de parceiros, más condições de vida, negociação do preservativo e até ausência deste durante as relações sexuais, além da violência física e psicológica. O ingresso na prostituição está associado à luta pela sobrevivência, baixo nível de escolaridade, circunstância econômica desfavorável e situação familiar conturbada. Dessa forma, vêem na prostituição uma possibilidade de ascensão social, um resgate da situação de pobreza, porém se deparam com as dificuldades da profissão, e a inserção cada vez maior em situações de risco. Tendo em vista todo esse contexto, para diminuir a vulnerabilidade às DST/Aids, prostíbulos começaram a incentivar o uso do preservativo, pois perceberam que o corpo é um instrumento de trabalho. Conclui-se que a reflexão acerca das vulnerabilidades da prostituição se faz necessária, uma vez que direciona as intervenções de saúde a serem realizadas, além de fornecer subsídios para que a equipe de saúde possa assistir essas mulheres enquanto cidadãs e vítimas sociais.