A hanseníase é uma doença de alta prevalência na região Norte do Brasil; o tratamento é uma das formas de evitar que a doença seja disseminada, portanto, importante para eliminar a fonte de infecção. O presente trabalho objetivou compreender as principais causas da interrupção/abandono do tratamento de hanseníase e conhecer o perfil destes indivíduos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa exploratória onde foram analisados os depoimentos de 5 portadores de hanseníase e agrupados em categorias. Os resultados desta pesquisa apontam para a diversidade e complexidade dos fatores relacionados à interrupção/abandono do tratamento da hanseníase, aparecendo como justificativas principais da irregularidade a negação da doença, reações apresentadas, etilismo e trabalho. Entendemos que o estabelecimento de uma relação de cuidado é o que falta para intervir nessa rede de motivos que geram a interrupção/abandono, pois dentre os vários fatores apontados, a irregularidade se deu principalmente por não considerar as pessoas como ativos e participantes do tratamento, especialmente por precisarem ser ouvidas. Precisamos olhar esses indivíduos como sujeitos e não “pacientes” e estabelecermos uma relação de diálogo e comprometimento com o indivíduo e não apenas com a ansiedade profissional em fazê-los tomar todas as doses recomendadas do tratamento. A descentralização dos serviços, a alimentação do banco de dados sobre os indivíduos, a intensificação da busca dos casos de interrupção/abandono e a melhoria da qualidade dos serviços prestados aos portadores de hanseníase são medidas necessárias para obtenção de melhores resultados e diminuição dos casos no município. .