INTRODUÇÃO: A qualidade da assistência ao paciente ganhou relevância e tem despertado interesse nas instituições de saúde. Entretanto, o avanço tecnológico e científico na área de saúde não consegue prevenir a ocorrência de eventos adversos (EA) relacionados à assistência, dos quais se destaca a queda de pacientes. Sua prevenção contribui para a melhoria do cuidado prestado, garantindo a integridade e a qualidade do serviço, mantendo o paciente livre de imprudência, imperícia e/ou negligência decorrentes da assistência à saúde. OBJETIVO: Caracterizar os EA do tipo queda ocorridos na Clínica Médica de um hospital escola. METODOLOGIA: Pesquisa retrospectiva, quantitativa, realizada em um hospital sentinela de Goiás. Os dados foram obtidos pela busca de registros referentes à ocorrência de quedas nos relatórios de enfermagem na unidade de Clínica Médica, no período de 2005 a 2009 mediante um instrumento pré-validado. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Médica, Humana e Animal do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (protocolo 064/08). RESULTADOS: Foram constatados os registros de 28 quedas; 11 se referiam à queda do leito, 10 da própria altura e 7 dentro do banheiro. A queda pode justificar-se pela falha na vigilância necessária ao paciente que necessita de ajuda para se levantar e/ou manter-se em pé. Além das sérias complicações para a integridade física e emocional dos pacientes, há conseqüências econômicas para a instituição por aumentar o tempo de internação. Algumas medidas podem ser tomadas para evitar a ocorrência de quedas, como a elevação de grades das camas, aplicação de técnicas de restrição de movimentos, presença de um acompanhante e distribuição adequada de pacientes para cada profissional. Evidencia-se a necessidade de estimular o registro completo de qualquer situação que possa acometer a segurança de pacientes sob internação, a fim de implantar estratégias e medidas preventivas de EA. CONSIDERAÇÕES: Verificou-se a importância da avaliação contínua do risco de quedas, uma vez que os fatores de risco modificam-se durante a internação. É imprescindível a educação continuada no processo educativo de profissionais de saúde, particularmente da equipe de enfermagem, pois esta se encontra mais próxima do paciente. A busca coletiva e construtiva de uma resposta para a ocorrência dos EA do tipo queda poderá sanar deficiências, garantir a segurança do paciente e refletir diretamente na qualidade da assistência à saúde.