Homens e mulheres inserem-se na vida familiar segundo referenciais de gênero, apreendidos ao longo da vida e que determinam funções socialmente legitimadas. Homem, masculino e pai são qualificações que definem um modo de inserção do sujeito na cultura da qual ele faz parte, essas, juntas definem um padrão de comportamento a ser seguido. Por outro lado, a reprodução social dos modelos masculino e feminino tem em sua base a maternagem, cujo valor cultural tem um sentido ideológico na produção das desigualdades entre os sexos. O ciclo gravídico e o processo de parto e nascimento constituem tanto para a mulher como para o homem fases de mudanças, com transformações, muitas vezes permeadas de conflito, pela aquisição de novos papéis e responsabilidades. A paternidade é uma temática que vem emergindo, contudo observa-se que a literatura apresenta poucas reflexões sobre a presença e participação do homem no ciclo gravídico-puerperal, uma vez que a grande maioria dos pesquisadores direciona o olhar à maternidade. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão bibliográfica acerca do tema paternidade e analisá-lo sob a participação do homem no processo de gestação, parto e nascimento nos diversos contextos sócio-culturais e arranjos familiares. Foi realizado um levantamento bibliográfico no site da Biblioteca Virtual em saúde (BVS), da Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), na qual se buscou identificar pesquisas com os descritores “paternidade”, indexadas em bases de dados eletrônicas nacionais, internacionais e institucionais, publicados entre os anos de 2004 e 2009. Os principais assuntos abordados pelos autores foram desigualdade de gênero, participação e papel do pai no pré-natal, parto e puerpério. Após analise, conclui-se que a superação para promoção da saúde do homem requer inserção dos homens, de forma mais substantiva, no cenário da saúde e o enfoque mais claro dos direitos reprodutivos. Tal prerrogativa leva à necessidade de rever conceitos e ações no âmbito de formulação, do desenvolvimento e de avaliação de políticas públicas bem como do ensino dos cursos de Graduação, em especial os de Enfermagem para o cuidar da saúde do homem.