Atualmente, o Brasil vem apresentando um crescimento significante de transplantes de órgãos, porém, a escassez de recursos para tais procedimentos, representa um dos principais problemas éticos, onde os pacientes são submetidos a processos seletivos em longas filas de espera, em competição pela atenção à saúde. Neste cenário, destaca-se o papel da enfermagem no tocante a assistência humanizada e especializada frente a estes pacientes. Desta forma, o presente estudo propõe-se a descrever a atuação da enfermagem no processo de transplante de órgãos com ênfase nos aspectos éticos e legais, desde a manutenção dos potenciais doadores de órgãos, cuidado e manejo com o órgão, até o transplante, acompanhando todo o processo cirúrgico. Foi realizada uma revisão bibliográfica acerca dos aspectos éticos e legais de Enfermagem no tocante aos transplantes de órgãos, mediante a busca dos mais importantes artigos científicos indexados nos bancos de dados Lilacs, PubMed, Bireme e Scielo. Ao total, foram analisadas 30 publicações. Os diversos estudos relatam que o cuidar de enfermagem desde a captação, processamento, estocagem e distribuição de órgãos e tecidos é entendido como um agir ético. A atuação do enfermeiro no transplante se dá em todas as fases do processo de assistência ao paciente, por isso, é necessária uma formação especializada para assistência adequada ao paciente levando em consideração o alto grau de complexidade do tratamento. Outros estudos afirmam que as crenças e valores adquiridos em experiências anteriores interferem ou determinam um distanciamento do paciente e conseqüente prejuízo na assistência adequada para a manutenção do doador e qualidade dos órgãos doados, podendo, talvez, justificar a manutenção do potencial doador de órgãos como segunda causa da não efetivação do procedimento. Alguns autores relatam que a assistência de enfermagem é altamente especializada e predominantemente técnica e que é necessário haver uma maior integração entre os profissionais desta área. Nessa perspectiva, torna-se evidente que o enfermeiro domine o conhecimento sobre as condições clínicas favoráveis ao transplante de órgãos para uma sistematização da assistência com precisão e ética, de forma multidisciplinar e holística, contribuindo assim, para transformação do cenário da problemática que envolve os transplantes.