A diarréia e a gastroenterite apresentam-se como sérios problemas de saúde pública em países em desenvolvimento. É verificável que tais patologias prejudicam a saúde da população e estão diretamente relacionados com precariedades em saneamento básico e a consequente degradação ambiental,sendo mais incidentes e perceptíveis nos períodos mais chuvosos. Nesta perspectiva, objetivou-se analisar os casos de internação hospitalar por diarréia e gastroenterite no município de Caicó/RN, no período de 2004 a 2009, através do banco de dados do DATASUS na décima revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), sendo pesquisados os indicadores de internações hospitalares por diarréia e gastroenterite. A construção do trabalho foi norteada pelas normas da ABNT. A pesquisa foi realizada em março de 2010, durante a disciplina Epidemiologia e Enfermagem, ministrada no terceiro período do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Segundo os dados encontrados, os casos de internação de crianças na faixa etária de um a nove anos de idade, apresentando sintomas característicos de diarréia e gastroenterite, sofreram um aumento significativo no período entre fevereiro e maio dos anos supracitados, estando consonantemente associados ao período das chuvas. Percebeu-se que o índice pluviométrico influência consideravelmente nestes tipos de internações, tendo como agravante a poluição, principalmente dos rios, que com as enchentes proliferam os agentes etiológicos das referidas patologias. Sendo as crianças as principais vítimas, por estarem mais susceptíveis a hábitos higiênicos e cuidados inadequados. Vale ressaltar ainda, que o atendimento clínico e a medicalização são métodos paliativos e insuficientes, pois o ambiente contaminado e os hábitos dos moradores tendem a determinar socialmente a incidência de novas infecções. Nesta perspectiva, o enfermeiro enquanto membro da Estratégia Saúde da Família deve atuar na conscientização da comunidade, apontando à importância e necessidade de práticas de educação em saúde, de forma a possibilitar ações de prevenção e de promoção a saúde, contribuindo para a uma qualidade de vida da população, estimulando a responsabilidade social e a autonomia cidadã.