O presente estudo teve como objetivo geral analisar a percepção das mães com HIV quanto à impossibilidade de amamentar,dentre os específicos visa estudar as reações apresentadas e reveladas pelas mães soro positivo ao saberem que não poderiam amamentar;investigar como as mães com HIV/Aids lidam com indagações da sociedade quando esta sabe que elas não amamentam; o que se obteve através de estudo com abordagem qualitativa,tipo descritivo, utilizando como método de coleta de dados a entrevista semi estruturadas. O local de estudo foi em um Serviço de Atendimento Especializado em HIV/Aids(SAE)do Estado do Amapá, com a participação de dez voluntárias através de seus depoimentos gravados, após consentimento das participantes, em entrevista individual, reservada.A coleta de dados ocorreu no local de pesquisa, durante consultas médicas pediátricas, foram transcritos para análise pelo método de análise de conteúdo.Os resultados revelaram idades predominantes de 24, 25 e 27 anos (variação de 23 a 35 anos);estado civil casado, maioria de religião católica, com o ensino médio completo, procedentes da capital, Macapá, a maioria é desempregada.Após análise, listou-se três categorias temáticas:desejo de engravidar x descoberta da infecção; reações frente à nova realidade: HIV e não amamentação; respostas à sociedade x preconceito, cujas conclusões foram que as mães revelaram sentimentos de frustração, tristeza, mas conformidade ao saber que não podiam amamentar devido riscos para a saúde do filho, isto é, o cuidado e responsabilidade com o bem estar do filho se sobrepõem a preocupação com si mesmas e muitas delas preocupavam-se em como reagir diante da sociedade pelo fato de não amamentarem.As mães descreveram como o SAE e toda sua estrutura foram importantes no apoio emocional e preparação delas para lidar com a realidade infecção por HIV e maternidade, muitas referiram incômodo com a discriminação da sociedade e até de familiares, isolando-se e buscando alternativas no suporte religioso e de profissionais de saúde do SAE. É essencial estabelecer condutas humanistas e éticas no atendimento às mães com HIV que enfoquem questões antropológicas e psicossociais, pois a situação HIV/Aids e não amamentação requer aconselhamento no pré natal , durante e após parto; tratamento adequados para evitar a amamentação pelas mães infectadas e conseqüentemente, a infecção da criança pelo HIV, considerando o impacto que a infecção pelo HIV e a não amamentação traz às mães.