O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi implantado no Brasil em 2003, com o intuito de suprir a necessidade de um serviço que atendesse as demandas da atenção pré-hospitalar. Este estudo tem por objetivo investigar a atuação dos enfermeiros no SAMU, evidenciando as atribuições, características definidoras para atuar nesse serviço, bem como os riscos ocupacionais e o estresse a que esse profissional é exposto. A pesquisa efetivou-se em uma abordagem quanti-qualitativa, realizada na sede do SAMU de Campina Grande-PB. A amostra foi constituída por dez enfermeiros/as que atendiam aos critérios de inclusão e aceitaram participar voluntariamente da pesquisa. Para a coleta de dados foi aplicado um questionário. Após o processamento das respostas, os dados quantitativos foram tratados com a estatística descritiva e os discursos foram submetidos à análise de conteúdo. O trabalho segue as normas da ABNT. O perfil demográfico revelou que a idade média da amostra é de 41,11 anos. 60% da amostra é do sexo feminino, 70% são casados, e 30% são católicos, e com igual percentual de evangélicos. Todos possuem pós-graduação lato sensu; porém, apenas 18,18% são especialistas em Urgência e Emergência. Quando perguntados sobre o que os levou a trabalhar no SAMU, a maioria das repostas revelam a satisfação profissional e identificação com a área. As dificuldades encontradas no início da atuação no SAMU foram: desconhecimento do serviço, adaptação do conhecimento ao perfil exigido e falta de capacitação especifica na área. As características definidoras da atuação do enfermeiro/a no SAMU foram descritas por ordem de importância como: experiência prévia em emergência ou UTI, capacitação na área, habilidade técnica, agilidade, raciocínio rápido, espírito de equipe. Os fatores de riscos ocupacionais mais citados foram contaminação por contato com fluídos corpóreos e perfuro-cortantes, atropelamentos, além dos relativos à postura, como manipulação de peso e posição. Entre os estressores mais presentes nas respostas estão a possibilidade de acidentes de trabalho, a convivência com o sofrimento da vítima e familiares, além de fatores relacionados ao relacionamento com a equipe. Pelos dados obtidos, pode-se concluir que a atuação do enfermeiro no SAMU, assim como a implantação deste serviço, é uma área de trabalho em construção, que deve ser pautada em habilidades adquiridas e competências específicas que conferem autonomia a esse profissional.