Anais - 13º CBCENF
Resumo
Título:
VISITA DOMICILIAR: SUAS IMPLICAÇÕES NA FORMAÇÃO DE ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM
Relatoria:
EMILY LIMA CARVALHO
Autores:
- ELIONAI APARECIDA SENA
- PATRÍCIA DA SILVA LUZ
- NAIRAN MORAIS CALDAS
Modalidade:
Pôster
Área:
Ensino e pesquisa
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
Considerando que qualquer tipo de adoecimento sofre influência das condições de vida e do ambiente, é de suma importância que a equipe de saúde esteja familiarizada com contexto do indivíduo, a fim de sugerir intervenções adaptadas a sua realidade. Sobretudo, na saúde mental, o domicílio configura-se como o principal loco das ações. Segundo Stuart (2001), a visita domiciliar possibilita identificar estressores que interferem no ajuste do paciente a um estilo de vida que promova a saúde e no processo de reabilitação social e é, também, um meio eficiente de interação com o usuário e sua família, uma das unidades de cuidado, possibilitando a construção de vínculos com seus membros.O relato de experiência que se segue narra a visita domiciliar realizada por graduandos de Enfermagem a um usuário do CAPS II de Ilhéus-BA. O objetivo foi obter reflexões a partir das observações realizadas na visita e suas implicações na terapêutica deste paciente. Utilizou-se a metodologia qualitativa, baseada na análise dos relatórios nesta visita e das socializações feitas ao grupo. A visita é realizada sem a presença da professora, e é um dos requisitos da prática de Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental do curso de Enfermagem da UESC. Neste relato são utilizadas as normas de referências da ABNT. A socialização da visita trouxe como resultado inúmeras reflexões: o local onde o usuário dorme é de chão de barro; uma espuma velha e sem forro é usada como colchão, o lugar é insalubre sem nenhuma ventilação e o espaço ainda é dividido com objetos da família. Este é o caso de um usuário compensado, com alta capacidade laborativa, mas que está no CAPS em regime intensivo em virtude da péssima qualidade de vida de que desfruta. Questionaram-se, então, quais intervenções poderiam ser realizadas pelo serviço. Discutiram-se as possibilidades de encontrar alguma atividade geradora de renda, de procurar outros familiares que poderiam acolhê-lo, ou até de retomar o projeto da horta no próprio CAPS que em outras épocas proporcionou uma pequena renda para os pacientes. Conjecturou-se, também, sobre o engessamento do serviço: será que os profissionais não estão simplesmente exercendo uma prática de reprodução de modelos? Conclui-se que é necessário fomentar nos graduandos de Enfermagem a compreensão de que a reabilitação psicossocial é uma estratégia a ser implementada, sendo a visitas periódica um importante instrumento para adaptar a práxis ao modelo de reabilitação como ele é proposto.