Estudo de natureza qualitativa cujos objetivos foram: descrever e discutir o significado do aborto provocado e assistência esperada da equipe de enfermagem pelas mulheres que vivenciaram o processo abortivo em uma maternidade pública de Teresina-PI. Os sujeitos da pesquisa foram oito mulheres internadas na referida maternidade, submetidas ou esperando o procedimento de curetagem uterina pós-aborto. A técnica de coleta de dados foi um roteiro com questões abertas cuja técnica de coleta dos dados foi entrevista semi-estruturada. Os relatos ao serem analisados emergiram quatro categorias, a saber: o aborto como processo biológico; o aborto como processo social, econômico e cultural; o aborto como processo emocional e legal; e, assistência esperada da equipe de enfermagem. Os resultados mostraram que o aborto provocado ocorre como conseqüência de diversos fatores que perpassam o contexto social das mulheres. Dentre elas: as questões de dependência financeira da família e do namorado; a violência, as pressões e problemas sociais; os sentimentos de impotência para assumir uma responsabilidade são bastante significativos para a decisão de abortar. O fator cultural reflete-se nas suas falas, onde o aborto assume o significado de solução para a impotência de não criar o filho. O aborto é considerado pelas mulheres como crime. Em relação à assistência da equipe de enfermagem referem-se basicamente a orientações, diálogos, aconselhamentos, bem como administração de medicamentos e curativos. Estes aspectos devem ser considerados pelos profissionais de saúde, em especial às enfermeiras no atendimento a essa clientela, para que possam atender as expectativas das mulheres com essa vivência. Conclui-se que a enfermagem deve trabalhar aspectos preventivos através de educação sobre saúde sexual e reprodutiva, bem como contribuir na promoção de mudanças nas condições sociais para contribuírem no sentido de amenizar esta problemática.