Em 1994 o Programa de Saúde da Família (PSF) foi implantado em alguns municípios brasileiros, no entanto, ainda que reconheçamos suas contribuições na Saúde Pública brasileira, persiste nas reflexões que temos feito a abrangência das práticas que temos realizado como trabalhadores no sistema único de saúde (SUS), uma vez que velhos problemas persistem, como a rotatividade de profissionais nos municípios, especialmente, os de pequeno porte; cumprimento de carga horária de 40h; perfil para trabalhar saúde na comunidade, pautando as práticas profissionais na integralidade; persistência de elevados índices de doenças infecciosas como tuberculose e hanseníase. Estudo teórico, desenvolvido sob perspectiva crítico-reflexiva que reconhece a necessidade de moldar a assistência a partir do acolhimento, vínculo-responsabilização e resolubilidade para reorganizar a Atenção Primária à Saúde (APS). Para conveniente fornecimento de ações integrais e intersetoriais necessitamos de gestão participativa; participação popular no controle do SUS; garantia de educação permanente; fornecimento adequado de equipamentos e materiais nas unidades básicas; acompanhamento apropriado e comprometido de atividades pelos gestores; ampliação do trabalho em equipe, mas, sobretudo, vontade de revisar cotidianamente suas práticas, abrindo-se para novos agires, potencialmente edificadores do sistema de saúde. Apontamos as tecnologias relacionais ou leves como adequadas para essa (re)construção. Ressaltamos que experenciar o trabalho em equipe contribui sensivelmente nesse processo e pode favorecer o desenvolvimento da interdisciplinaridade, além de despertar para uma distribuição horizontalizada de poder entre seus membros, permitindo maior satisfação e comprometimento dos sujeitos, já que são igualmente valorizados por seus saberes específicos e complementares. Aspectos como os acima citados devem, portanto, contribuir para que o Programa de Saúde da Família alcance suas diretrizes.