Reconhecendo o adolescente como sujeito de direito, cuidar da sua saúde torna-se um fato. Deste modo, o objetivo deste texto é destacar a importância da consulta de enfermagem hebiátrica, no diagnóstico do perfil familiar. A estratégia metodológica, foi o relato de experiência, onde foram analisadas, especificamente, as consultas desenvolvidas pelos bolsistas de enfermagem do Jovem Bom de Vida, ação de extensão, da Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC, desde 2007. Na consulta hebiátrica, o enfermeiro deve atentar, especialmente, aos aspectos psicossociais que envolvem o adolescente no intuito de identificar vulnerabilidades e/ou riscos potenciais para o desenvolvimento de processo patológico, seja ele físico, mental ou social. É neste último, a obtenção de informações acerca da composição e dinâmica familiar tornam–se indicadores fundamentais para a compreensão do seu convívio social; das suas relações interpessoais e familiares, da sua rotina e hábitos alimentares e da sua perspectiva de vida. As visitas domiciliares corroboram para evidenciar os aspectos etiológicos dos problemas identificados durante o processo investigativo da consulta, bem como, para a intervenção direta junto ao núcleo familiar. Ficam, assim, mais nítidas as considerações de Martins(2003), quando esta afirma que para o cuidar efetivo ao adolescente é necessária uma articulação entre os serviços de saúde, sociedade, família e escola em um processo integrador que implique no compromisso com um cuidar mútuo e coletivo. Isto posto, a experiência aqui relatada ressalta o papel do enfermeiro como mediador nas relações do adolescente com a sua família, através da consulta de enfermagem hebiátrica, seja ela desenvolvida na unidade de saúde, na escola ou no lar do adolescente, durante a visita domiciliar. Sendo esta uma estratégia fundamental para diagnosticar o perfil familiar e minimizar as vulnerabilidades da adolescência, promovendo a integralidade do cuidado.