Educação em saúde é um instrumento eficaz em promover a saúde e reorganizar o serviço de atenção primária, sendo o enfermeiro, um dos responsáveis por executá-la. No âmbito da educação sexual, esse instrumento pode ser utilizado para sensibilizar os adolescentes a prevenir doenças sexualmente transmissíveis e gravidez. Porém, a elevada magnitude desses desfechos mostra que, atualmente, ações de saúde relacionadas à sexualidade dos adolescentes são pouco resolutivas. Além disso, muitas ações educativas são realizadas fora dos centros de saúde (CS) e contam com metodologia durkheimiana, ou seja, transmissão vertical e hierárquica do conhecimento. Este trabalho é um relato de experiência sobre a percepção de alunas de graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais a respeito do impacto da realização de uma oficina sobre sexualidade para adolescentes, numa escola pública de Belo Horizonte. Objetivou-se abordar o tema sexualidade de forma lúdica, utilizando-se para tanto, uma oficina. Essa estratégia possibilitou articular o aspecto cognitivo e afetivo da sexualidade, considerando valores e comportamentos dos adolescentes. Observou-se pouco conhecimento desse público a respeito do tema, que antes abordado em aulas tradicionais ou palestras não foi eficaz em sensibilizá-lo. Dúvidas sobre aspectos biológicos e sociais da sexualidade foram esclarecidas pela participação ativa dos alunos. O espaço proporcionado a eles para escuta e reflexão sobre suas ações foi recebido e explorado com satisfação. Nesse contexto, evidencia-se a necessidade de reformular ações de promoção da saúde voltadas ao adolescente, através de metodologia adequada e eficaz em despertar o seu interesse. A oficina mostrou-se capaz de promover educação em saúde relacionada à sexualidade dos adolescentes e deve ser considerada como estratégia pelos enfermeiros para o planejamento do cuidado em saúde não só através de ações extra-muro, mas como estímulo ao acesso desse grupo etário aos CS.