A sexualidade é algo natural do ser humano, porém é na adolescência que se percebe o seu aflorar. Para o homem quando ignorada pode-se obter como conseqüência além do risco à DST/AIDS a paternidade não planejada e as possíveis implicações desta. No Brasil e não diferente no Mato Grosso do Sul existem aldeias indígenas que devido à proximidade com zonas urbanas, vivenciam hoje um processo de aculturação, que contribui com situações como: alcoolismo, prostituição, violência, dentre outros agravos a saúde. Todos esses fatores nos obrigam enquanto profissionais da saúde a tomarmos atitudes de intervenção no sentido de capacitar essa população a fazer escolhas conscientes. O objetivo deste trabalho foi provocar uma reflexão aos meninos indígenas de 12 á 16 anos, escolares da Aldeia Jaguapiru/Bororó de Dourados/MS sobre o gênero, sexualidade e contracepção. Utilizando-se de oficina educativa, com recursos áudio visuais, próteses, e resumos de pesquisas cientificas para nortear a discussão sobre os temas, buscando identificar o conhecimento das adolescentes sobre o tema abordado bem como conceitos errôneos a cerca do assunto. Os resultados identificados foram satisfatórios e diz respeito à receptividade dos alunos, participação e interação com o grupo, e principalmente ao convite para o retorno com aprofundamento neste assunto bem como a sugestão de temas como alterações na anatomia e fisiologia genital masculina, dentre outros. Concluindo nota-se a necessidade de mais intervenções neste sentido, haja vista a interferência de valores culturais relacionados a representações de gênero que corroboram para intensificar esta problemática, sendo ainda necessária a participação não só de enfermeiros e professores, mas também o envolvimento familiar.