O Ministério da Saúde vem notificando aumento no número de casos de AIDS na população com 40 anos e mais de idade. Do total de casos notificados em 1992, 15,6% foram para homens de 40 a 49 anos, aumentando para 24,4% em 2003. Para a faixa de 50 a 59 anos, de 4,5% aumentou para 8,7% e de 60 anos e mais de 1,8% aumentou para 2,7% no mesmo período (BRASIL, 2003). Atribuem-se dois fatores como responsáveis pelo aumento de casos de AIDS em idades mais avançadas. O primeiro deve-se àqueles idosos que possuem, entre outros fatores, maiores recursos, o que contribui para o acesso aos prazeres e serviços disponíveis, permitindo vida sexual mais ativa. O segundo fator deve-se, principalmente, à existência de tabu sobre sexualidade na terceira idade. Fazem-se necessárias ações de promoção à saúde abordando a prevenção de DST/AIDS direcionadas a esse segmento. Desta forma, o presente estudo objetivou conhecer a percepção de pessoas acima de 50 anos a partir de uma estratégia sobre DST/AIDS. Participaram do estudo 27 usuários acima de 50 anos, 70,37% sexo feminino e 29,62% sexo masculino, utilizando o espaço do grupo melhor idade saudável que atende hipertensos e diabéticos numa parceria entre profissionais da equipe de saúde da família de um CSF da regional VI do município de Fortaleza-CE, numa tentativa de satisfazer uma necessidade da comunidade para fortalecimento de vínculos. Para isso, foi desenvolvida no grupo uma dinâmica intitulada “Árvore dos Prazeres” onde cada participante anotava em tarjetas o que lhe vem à cabeça quando se trata de relação sexual. Depois da construção dos saberes prévios, os facilitadores esclareceram dúvidas, desmistificando tabus favorecendo a uma conscientização da necessidade de auto-cuidado desta população a respeito do tema DST/ AIDS. Como resultado, percebeu-se a falta de informações a respeito de prevenção de DST/AIDS nesta faixa etária, como também o tabu relacionado ao assunto sexo dificultou a discussão no grupo da terceira idade.