INTRODUÇÃO: O abortamento representa grave problema de saúde pública em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, com sua discussão envolvendo complexo conjunto de aspectos legais, morais, religiosos, sociais e culturais. OBJETIVO: Incitar uma reflexão sobre as abordagens no acolhimento e atenção às mulheres em situação de abortamento. METODOLOGIA: Estudo de caráter descritivo exploratório, através de revisão bibliográfica do assunto abordado. DISCUSSÃO: O abortamento seja ele espontâneo ou induzido traz repercussões em vários âmbitos da vida da mulher que precisam ser analisadas e respeitadas. Além das complicações físicas que podem ocorrer como as hemorragias, infecções, perfurações de órgãos e infertilidade se somam a elas os transtornos subjetivos, sentimentos de perda e culpa pela impossibilidade de levar a gestação a termo, e também no caso de uma gravidez indesejada de se vivenciar o ônus de uma escolha inegavelmente difícil num contexto de culpabilização do abortamento. É preciso destacar ainda que para outras mulheres a gestação que leva ao abortamento resulta de relações impostas pelos seus parceiros ou de situações de estupro. Logo, as orientações pessoais (éticas, morais e religiosas) do profissional não devem constituir uma barreira à implementação da atenção humanizada que pressupõe o respeito aos princípios fundamentais da bioética: autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A qualidade da abordagem a mulher em situação de abortamento implica um esforço integrado e sinérgico de gestores e profissionais para oferta de serviços que garantam: acolhimento, informação, aconselhamento, competência profissional, tecnologia apropriada disponível e relacionamento pessoal pautado no respeito à dignidade e aos direitos sexuais e reprodutivos da mulher garantindo, assim, seus direitos humanos.