No modelo de atendimento multiprofissional existente hoje, o enfermeiro tem se destacado cada vez mais na assistência ao paciente, tornando clara a necessidade desse profissional atuar de acordo com os princípios estabelecidos pelo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. Por motivos religiosos, as Testemunhas de Jeová recusam transfusões de sangue alogênico, porém não recusam tratamento médico em geral. Nesse contexto, temos como objetivo elucidar os acadêmicos e profissionais de saúde quanto à importância e respeito por esta crença religiosa, levando em consideração os aspectos éticos e morais do cuidado de enfermagem. Foi realizada pesquisa retrospectiva relacionada ao tema, em literatura técnico-científica nacional e internacional, documentos jurídicos e banco de dados eletrônico. Por ser inerente à natureza humana, sustentar convicções e crenças pessoais é reconhecidamente um direito humano fundamental, contemplado pelos princípios estabelecidos na Declaração Universal dos Direitos do Homem. As Testemunhas de Jeová aceitam tratamento médico e assistência eficaz, de alta qualidade, entretanto, sem o uso de transfusões de sangue. Reconhecem que sua firme convicção parece acrescentar certo grau de risco e pode complicar a assistência recebida, mas estão dispostas a colaborar com a equipe multiprofissional na busca de alternativas terapêuticas transfusionais. O enfermeiro, por sua vez, deve realizar suas intervenções com conduta ética e respeito às crenças e valores do paciente, procurando proporcionar todos os meios possíveis para a recuperação e manutenção da saúde, sem violar seus direitos e convicções religiosas. Dessa forma, estará agindo dentro dos limites da ética profissional, respeitando a autonomia do paciente e garantindo a assistência adequada, contribuindo significativamente para sua recuperação.