As doenças veiculadas por alimentos contaminados constituem um grave problema de saúde pública em todo o mundo. Segundo a Coordenação de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, entre 1999 e 2005, foram registrados 4.092 surtos por doenças transmitidas por alimentos, com 78.172 pessoas atingidas, resultando em 47 óbitos. O estudo teve por objetivo verificar e analisar se as medidas de prevenção à contaminação de alimentos estavam sendo aplicadas em uma feira-livre, no município de Belém – PA. A metodologia utilizada foi do tipo analítico-descritivo, respaldado por técnica de observação sistematizada, e entrevista semi-estruturada com os trabalhadores desta feira. Os itens avaliados foram pautados na Resolução - RDC N° 216, 2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e voltados ao saneamento básico, manipulação e exposição de alimentos. Constatamos que algumas medidas higiênico-sanitárias estavam sendo adotadas, em detrimento de outras, tais como a não utilização de luvas e outros meios de proteção ao manipular alimentos; a inexistência de manejo integrado para controle de vetores/pragas no local e ausência de água encanada, na maioria dos boxes, expondo feirantes e consumidores ao risco de contaminação. Percebe-se, então, a necessidade de uma melhor fiscalização e atuação por meio de medidas educativas, corretivas e de melhorias. Assim, o poder público deve ser mais atuante promovendo as ações necessárias para que sejam garantidas as condições de saneamento e segurança alimentar, bem como a saúde dos trabalhadores nas feiras. Ressaltamos a necessidade da organização de cursos, oficinas e palestras, por parte do poder público, líderes comunitários, universidades, organizações não-governamentais e outros que estiverem preocupados com a melhoria na qualidade de vida da população e dos trabalhadores das feiras, permitindo que ocorra uma mudança efetiva no cenário existente hoje.