O foco do cuidado à saúde da mulher sofreu modificações substanciais nas nos últimos anos. A integralidade, um dos princípios constitucionais do Sistema Único de Saúde, está inserido neste contexto, envolvendo os aspectos emocionais, psicossociais e físicos na prevenção, promoção e reabilitação da saúde. A assistência feminina iniciou-se nas políticas públicas na primeira metade do século XX, visando o cuidado pré-natal, puerperal e à parturiente, olhando a mulher apenas com um enfoque reprodutivo. Com uma visão ampliada, em 2004, tivemos a instituição da Política Nacional de Atenção Integral á Saúde da Mulher (PNAISM), com inclusão dos grupos de mulheres indígenas, negras, vítimas de violência sexual, aprimoramento da atenção clínico-ginecológica, ao planejamento familiar; atenção obstétrica e neonatal; prevenção e o controle das doenças sexualmente transmissíveis, redução da morbimortalidade por câncer de colo uterino e de mama, atenção à saúde mental, ao climatério e à terceira idade, entre outras. Esta revisão bibliográfica objetivou traçar o avanço histórico destas políticas públicas com enfoque na saúde feminina em toda a sua temática. Consideramos importantes, além da redação destas políticas, o aprimoramento dos recursos humanos, materiais, tecnológicos e científicos, o investimento em projetos de ensino, pesquisa e extensão voltados para a saúde da mulher, o estímulo à participação das comunidades através do controle social, o fortalecimento das redes de referência e contra-referência, o compromisso governamental nas três esferas de governos, envolvendo os três níveis de complexidade do sistema de saúde e incorporando, assim, a integralidade na assistência à saúde feminina.