Este é um estudo descritivo objetivou apreender da vivência do alcoolista participante de um grupo de auto-ajuda a interface com a saúde mental. Esta pesquisa foi desenvolvida em um grupo Alcoólicos Anônimos (AA) localizado no município de Fortaleza – Ceará; com 20 sujeitos. Os dados foram coletados através de entrevista individual, utilizando-se um roteiro semi-estruturado; agrupados em categorias que emergiram das falas dos entrevistados; e analisados com base na análise de conteúdo, de Bardin. A pesquisa foi realizada de acordo com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Quanto à vivência dos alcoolistas no AA foram ressaltados o acolhimento; a aceitação e o não-julgamento; a interação social; a troca de experiências; o cumprimento de metas alcançáveis; o desenvolvimento de atribuições; a prática do autocuidado; o fortalecimento da auto-estima; a experiência da sobriedade e as mudanças positivas na vida. Notamos também o bem-estar proporcionado pela oportunidade e pelo ato de expressar, no grupo, aquilo que sentiam: angústias, medos, ganhos e perdas. Enfatizaram, ainda, a contribuição do AA para a saúde, não somente por favorecer o restabelecimento da saúde, mas, também, por ofertar subsídios para o empowerment e proporcionar a reinserção de pessoas excluídas socialmente. Com base na realidade apreendida, concluímos que temos muito a aprender com o AA, destacando-se o modo como acolhem, respeitam e lidam com o alcoolista, considerando-o, antes de tudo, alguém com potencial para mudar e reverter a condição de sofrimento vivenciada, não só por ele, mas também por aqueles que o cercam.