Introdução: O desenvolvimento dos transplantes na medicina, como meio de salvar vidas humanas, é considerado um dos maiores avanços científicos de sua história, graças ao progresso do manejo imunológico, das técnicas cirúrgicas, dos cuidados intensivos e da introdução de drogas imunossupressoras mais potentes. O que propiciou abertura para uma série de discussões polêmicas, no que tange a disponibilidade de órgãos e tecidos para atender a demanda crescente de pacientes em listas de esperas, no processo de doação de órgãos e na comercialização ilegal dos mesmos. Suscitando a necessidade de manifestação da bioética e do biodireito, de forma a propor um ordenamento para todas essas questões e de preservar a dignidade e respeito à vida humana. Objetivo: Diante disto, o objetivo deste estudo foi o de avaliar os fatores motivadores para a crescente prática ilegal do comércio de órgãos e tecidos humanos, a partir da análise de casos reais de venda de órgãos através de meios de comunicação eletrônica. Metodologia: Optou-se por um estudo exploratório, através da identificação e análise sistemática de uma série de casos de indivíduos que elucidam a oferta voluntária de órgãos e sua comercialização. Análise dos Resultados: Após análise dos casos pode-se verificar que dentre os fatores motivadores para a prática do comércio ilegal, a questão sócio-econômica é predominante. Observou-se também que a vulnerabilidade ambígua do doador e do receptor, indiferente de raça ou condições econômicas, juntamente com os déficits dos bancos de órgãos são fatores agravantes para comercialização dos mesmos. Conclusão: A necessidade da criação de uma nova legislação ou reformulação da lei vigente, que ampare e discipline a questão dos transplantes no Brasil é uma questão para ser pensada, tendo em vista, a crescente prática ilegal da venda de estruturas humanas, como forma de driblar problemas de escassez de órgãos e tecidos para transplante e problemas de ordem econômica e social.