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Anais - 12º CBCENF

Resumo

Título:
FEMINIZAÇÃO DA EPIDEMIA PELO HIV/AIDS: MORALIDADE E VULNERABILIDADE ENTRE MULHERES DE RELACINAMENTOS ESTÁVEIS
Relatoria:
Marcelo Augusto Ferraz Ruas do Amaral Rodrigues
Autores:
  • Izabela Tavares Maciel
  • Luiza Valgas de Paula
  • Franciane de Aguilar Pereira
  • Vânia de Souza
Modalidade:
Pôster
Área:
Ética e bioética: respeito às diferenças
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
No estudo objetiva-se realizar um levantamento bibliográfico referente às razões que contribuíram para a feminização da epidemia pelo HIV/Aids entre mulheres que possuem relacionamentos estáveis, tendo por base o enfoque na moralidade e vulnerabilidade à infecção. Utilizou-se as bases de dados LILACS, MEDLINE e SCIELO, com publicações na língua portuguesa, indexadas no período de 1990 a 2009, fazendo-se uso dos seguintes descritores: Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; HIV; Vulnerabilidade; Saúde da Mulher; e Sexualidade. Os resultados revelaram que mulheres de relacionamentos estáveis tendem a se sentirem isentas de uma possível exposição ao vírus. Para elas, a casa representa um local de proteção e a AIDS é referida como uma “doença de rua ou do outro”. É também relacionada a pessoas com comportamentos ditos “imorais”, à traição e aos usuários de drogas. A confiança no parceiro, a fidelidade e a idéia de que a AIDS está vinculada a grupos e comportamentos específicos é explicitada nos estudos como uma das principais razões pela feminização da epidemia. A associação entre relação de gênero e vulnerabilidade é também apontada pela posição de passividade que as mulheres ainda assumem na sociedade exercendo a postura de cuidadora e mãe, enquanto os homens assumem um papel de dominação social e sexual, ditando as regras do relacionamento. A negociação com os parceiros para uma prática de sexo seguro é relatada como dificultosa e muitas vezes inviável. Nesse contexto, a redução das condições de vulnerabilidade à infecção é entendida como complexa e multifacetada, perpassando a quebra de paradigmas sócio-culturais. Necessitam ainda, de uma reformulação das políticas públicas e a implementação de estratégias que envolvam a abertura de discussões no campo afetivo-sexual, do fornecimento de insumos e de participação política dessa população alvo, de forma a se garantir uma maior autonomia e protagonismo feminino na promoção da saúde e na prevenção do HIV/AIDS.