O objetivo deste estudo foi avaliar o conhecimento do paciente ou do cuidador sobre a Doença Renal Crônica (DRC) e seu tratamento conservador. A população foi de 75 crianças e adolescentes portadoras de DRC em tratamento conservador no Hospital das Clínicas, Belo Horizonte, MG. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG com o nº 0131/06 e todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A coleta de dados se deu através de um questionário que avaliou o grau de conhecimento do paciente ou do cuidador sobre a doença e os princípios básicos do tratamento. O conhecimento foi classificado em suficiente (índice de acerto &ge;70%) e insuficiente (índice de acerto <70%). Os resultados mostraram que os informantes (89,3%) reconhecem o tratamento como capaz de levar à melhora da função do rim, porém ao serem questionados se o tratamento leva a cura do problema renal e se o mesmo é para a vida toda, 64,0% e 38,0%, respectivamente, erraram ou não souberam responder. Grande parte dos respondentes reconheceu que o aumento da creatinina reflete perda da função do rim (69,3%) e somente 46,7% souberam identificar corretamente o uso terapêutico do bicarbonato de sódio. Na avaliação final 54,7% dos respondentes apresentaram um conhecimento insuficiente e 45,3% um conhecimento suficiente. A analise bivariada mostrou que o conhecimento insuficiente da doença foi estatisticamente associado (p< 0,05) com a idade do respondente (ter entre 12 e 30 anos) e ser outro informante que não o paciente. Ter cinco anos ou menos de tempo no programa mostrou associações com valores de p entre 0,05 e 0,20. Os resultados do estudo mostraram um nível de conhecimento baixo que apontam para a necessidade da reavaliação das estratégias que vem sendo utilizadas nas orientações destes pacientes e seus familiares e para a necessidade da realização de outros estudos que venham contribuir na identificação de fatores associados ao baixo conhecimento.