As oficinas terapêuticas são criações coletivas ou individuais, que incluem várias formas da expressão artística, como pintura, desenho, teatro e música, o que permite ao portador de sofrimento mental se expressar, organizar seus pensamentos. O trabalho realizado por esses pacientes é uma força adjuvante ao processo terapêutico, necessária e inerente ao ato de expressar-se, o que os fazem encontrar nas oficinas um espaço para expor sua criatividade. Trata-se de um relato de experiência, cujo objetivo é relatar a vivência de acadêmicas de Enfermagem acerca da expressão artística livre em um Centro de Convivência de Belo Horizonte. Partindo-se da observação de oficinas de arte, nota-se que na arte terapia não é possível precisar algo correto ou incorreto, mas devem-se manter os objetivos terapêuticos da produção artística. Sendo assim, permite-se que os usuários expressem livremente suas inquietudes internas por meio de manifestações artísticas, irrelevando-se padrões sócio-culturais e estéticos previamente estabelecidos pela sociedade. Nesse contexto, o oficineiro constitui-se em um mediador fundamental na aproximação entre o âmbito interno e externo dos portadores de transtorno mental, de modo a estimular a criatividade e valorizar o produto edificado coletivamente. A expressão é compreendida em seu movimento constitutivo e dinâmico e é por meio da criação que a pessoa realiza-se e pode vir a ser reinserida na sociedade. Denotou-se que a partir de oficinas terapêuticas artísticas alcança-se uma melhora significativa no desenvolvimento cognitivo, social e até mesmo cultural dos usuários. Conclui-se, portanto, que as oficinas terapêuticas que envolvem a arte conduzem à desconstrução de privações internas e, em simultâneo, à melhoria dos laços sociais e da qualidade de vida dos portadores de sofrimento psíquico.