No Brasil, o mercado de trabalho em saúde sofreu muitas mudanças, ao longo dos anos, ocorrendo uma expansão e absorção significativa da mão-de-obra, sem acarretar nenhuma alteração na melhoria das condições de trabalho dos profissionais de saúde. Para minimizar o problema, alguns enfermeiros migraram da área hospitalar para a área da atenção básica de saúde na procura de um novo processo de trabalho ou novo modelo de assistência à saúde da população que proporcione melhoria nas condições laborais e que atendem parcialmente sua ideologia no sentido de situá-los enquanto sujeitos de todo o processo. Outros profissionais migram para outros estados e ou abandonam sua profissão. Para compreender estas alterações elaborou-se este estudo com o objetivo de delinear o tempo médio de atuação do enfermeiro no mercado de trabalho e o motivo de cancelamento e abandono de suas atividades, no Estado de Minas Gerais, no período de 1995 a 2006. Trata-se de um estudo retrospectivo transversal realizado no banco de dados do INCORP do Conselho Regional de Minas Gerais. As variáveis analisadas foram: tempo e local de atuação do enfermeiro, motivo do cancelamento da inscrição no Conselho, faixa etária e sexo. Na análise dos dados verificou-se que no período de 1995 à 2006, um total de 1.027 enfermeiros solicitaram o cancelamento de sua inscrição ao COREN-MG. Destes 92,2% se referem ao sexo feminino, uma vez que a profissão é predominantemente feminina, sendo que 45,5% apresentaram um tempo de atuação na profissão de um a dez anos. Quanto ao motivo de cancelamento 36,6% é por transferência, mudança de Estado/País, 18,3% por aposentadoria. Quanto ao local de atuação destes profissionais há uma predominância nas regiões: central, sul e zona da mata do Estado de Minas Gerais. A evasão dos enfermeiros do sexo feminino em idade produtiva por motivo de transferência, nos últimos anos, pode ser um fator que esteja relacionado com o aumento do número de escolas de graduação de enfermagem.