A toxoplasmose congênita é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, podendo causar graves seqüelas neurológicas ou morte fetal. A transmissão vertical ocorre quando a infecção, em geral assintomática, é adquirida durante a gestação. O objetivo deste estudo é descrever um caso de toxoplasmose congênita em acompanhamento multiprofissional num centro de referência em toxoplasmose do Rio de Janeiro. Relato de caso: LCSS, 16 anos, primigesta, DUM:03/11/08, DPP:10/08/09. Paciente ocultou a gestação de seus responsáveis até a 28a semana, quando iniciou o pré-natal em hospital público. Foi encaminhada ao Instituto Evandro Chagas - FIOCRUZ para atendimento especializado, na 29ª semana gestacional, por sorologia indicativa de toxoplasmose aguda (IGG 650 UI/ml e IgM 160 UI/ml), realizada no hospital de origem em 18/05/09. Como protocolo ambulatorial, houve a consulta de enfermagem no primeiro atendimento, para avaliação inicial e orientações pertinentes. A ultrassonografia morfológica realizada em 18/05/09 revelou feto com ascite, derrame pericárdico, derrame pleural e aumento nas relações ventrículo/hemisfério cerebral. Outros exames de pré-natal, como VDRL e HIV foram negativos. Em decorrência da demora no início do acompanhamento pré-natal, a medicação específica foi iniciada apenas no terceiro trimestre gestacional, por infectologista do ambulatório. A demora no início do pré-natal impossibilitou o diagnóstico e tratamento precoce, que poderia reduzir até 60% da taxa de transmissão fetal. A prevalência da toxoplasmose congênita estimada no Brasil é de 16/1000 nascidos vivos e relato desses casos presenciados em consulta de enfermagem no pré-natal, estabelecida pelo Ministério da Saúde em vários centros de atendimento obstétricos do país, não foram encontrados. Ressalta-se a importância da instituição precoce de atendimento pré-natal bem como a orientação quanto a medidas higiênico-sanitárias adequadas como ferramentas indispensáveis na prevenção desta zoonose.